terça-feira, 21 de junho de 2011

Sistema Integrado Lavoura, Pecuária e Floresta faz aflorar nascentes em Minas

 
Walfrido Machado/Emater MG
 
Sistema ILPF na Fazenda Sucupira, em Florestal
Sistema ILPF na Fazenda Sucupira, em Florestal
FLORESTAL (17/06/11) - A utilização do sistema Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), aliada a práticas de plantio direto, adubação, subsolagem (descompactação do solo) e manejo correto da pastagem (controle do rebanho que pasta), provou que é possível recuperar áreas degradadas e até fazer brotar água em locais secos. O fato aconteceu na Fazenda Sucupira, em Florestal, na região Centro-Oeste do Estado, propriedade do agricultor familiar Heleno Xavier, atendido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Segundo o agricultor, há mais de 20 anos não aflorava água no terreno.
Como parte do programa da Seapa, que vem estimulando a adoção da ILPF, foi montada no local, em 2009, uma unidade demonstrativa com 700 mudas de eucalipto em uma área de um hectare. Posteriormente, com a assistência da Emater-MG, o produtor também plantou e colheu milho. Agora, enquanto aguarda a maturidade dos eucaliptos para o corte e venda da madeira, ele utiliza a área para pastagem do gado. “O gado pasta mais no meio dos eucaliptos do que no espaço natural, pois aqui, a pouca incidência de sol deixa o ramo mais verde e a criação gosta mais assim”, afirma Heleno Xavier.
Ele agora faz planos para a nascente que apareceu após a implantação do sistema ILPF e fala de mais ações para perenizar o novo recurso que flui da terra. “Queremos cercar essa grotinha e fazer o plantio de plantas nativas, para no futuro a gente ver a água correndo. Têm muitos tipos de plantas que são de água, como o inhame, que é típico de brejo. Acredito que se nós plantarmos isso aqui, teremos água correndo pra todo lado”, argumenta.
A propriedade de Xavier se tornou modelo do sistema ILPF na região e agora sedia dias de campo para ensinar a técnica aos interessados. Satisfeito com os resultados das intervenções, o extensionista agropecuário Marcelino Mendes chama atenção para o aspecto educativo do trabalho. “O objetivo foi melhorar a fertilidade do solo da fazenda e gerar renda para o produtor, mas além disso, gostaria de ressaltar a importância de o trabalho estar gerando consciência ambiental como mostra a decisão do produtor Heleno Xavier em cercar a nascente”, explica Mendes.
De acordo com o técnico, os eucaliptos foram plantados no espaçamento dez por dois, para favorecer a integração da lavoura e da pecuária e também a infiltração da água de chuva. De acordo com Mendes, em Florestal foram implantadas três unidades demonstrativas e oito produtores já adotaram o sistema no município.
Para o coordenador técnico da regional Emater-MG de Sete Lagoas, Walfrido Machado, o bom resultado da experiência de Florestal contraria o senso comum de que o plantio de eucalipto é nocivo ao solo por consumir muita água. “O plantio incorreto do eucalipto é que traz problemas”, diz, acrescentando que a prática de desmatar, revolver o solo e plantar as mudas sem as técnicas adequadas deixa o terreno desprotegido, sem capacidade de reter água.
“Isso forjou uma fama errada do plantio de eucalipto, pois como o terreno ficava sem cobertura vegetal, a infiltração da água era menor. Na Fazenda Sucupira, com o reflorestamento e a recuperação da pastagem, a água passou a ser mais absorvida e isso alimentou o lençol freático, fazendo brotar a nascente”, explica Walfrido. Na regional Sete Lagoas cerca de 70 produtores de dez municípios já adotaram a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta.

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