quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Denúncia: prefeito de Bom Jesus é investigado por compra de votos.


O prefeito reeleito de Bom Jesus do Galho Jadir José da Silva, de 47 anos, e o vice Eduardo Raspante, de 48, ambos do partido Democratas (DEM) e da coligação União Democrática Trabalhista Popular, são investigados por suposta compra de votos, que teria sido cometida durante o período de campanha eleitoral nessas eleições 2012. Um documento mostra que a ação judicial sobre o caso já foi protocolada na Justiça Eleitoral de Caratinga, na última sexta, 9 de novembro.
As denúncias dessa suposta compra de votos envolvendo o prefeito Jadir e o vice Eduardo, reeleitos em Bom Jesus nessas últimas eleições com quase 52% dos votos, foram feitas pela coligação Frente Renovadora para o Progresso. Coligação de oposição à coligação do prefeito Jadir. Jadir e Eduardo disputaram as eleições 2012 com Padre Aníbal Borges do Partido dos Trabalhadores (PT), que obteve quase 49% dos votos, o que representa 4750 contra 5039 obtidos por Jadir. Uma diferença de 289 votos.
Eleitores teriam sido ameaçados com corte do Bolsa Família 
Nesta sexta-feira (13/11), em entrevista coletiva, o advogado do processo de quase 500 páginas, Sidiney Menezes Moreira, disse como surgiram as denúncias desse possível esquema de compra de votos em que os eleitores seriam ameaçados de ter o benefício do Programa Bolsa Família cortado, caso eles não votassem no partido de Jadir.
“Os eleitores procuraram voluntariamente os partidos políticos visando denunciar irregularidades praticadas pelos candidatos Jadir José da Silva e Eduardo Raspante, e seus apoiadores e cabos eleitorais. As irregularidades eram integrantes do Programa Bolsa Família. Os candidatos pessoalmente e por meio de seus cabos eleitorais procuravam os eleitores em suas residências munidos logicamente de uma lista contendo essas informações do Programa Bolsa Família - e esse candidato Jadir José da Silva é detentor do poder público – e ameaçavam os eleitores com a suspensão do benefício caso não apoiassem suas candidaturas”, disse o advogado.  
Ainda conforme o advogado, outros meios de compra de votos também teriam sido utilizados para tentar convencer os eleitores: “Há também o oferecimento de materiais de construção, de cestas básicas. Isso não é uma conclusão minha, é uma conclusão das provas que estão nos autos. Os eleitores voluntariamente fazem essa manifestação, o Ministério Público já colheu essas declarações e eles confirmam claramente”.
As provas materiais como documentos e CDs com depoimentos de possíveis eleitores foram entregues ao Ministério Público (MP) na semana seguinte após as eleições. João Batista Jacobs, presidente do PMDB, é quem foi o autor da denúncia junto ao MP. Sidiney comentou o que existem nessas provas.
“Essas provas mostram que a campanha - a legitimidade, a normalidade das eleições de Bom Jesus do Galho foi afetada drasticamente. Feriu-se a dignidade das pessoas com ameaças à suspensão de benefícios que são mínimo existencial dessas pessoas". E mais uma vez reafirmou que os eleitores supostamente coagidos confirmam essas denúncias: "Confirmam totalmente essas informações, confirmam em sede do Ministério Público e confirmam em gravações que estão nos autos da investigação eleitoral". A defesa acredita ainda que essa suposta compra de voto também interferiu no resultado da eleição, que apresentou a diferença de quase 300 votos.
Homem que não quis ser identificado declara que família teria sido coagida
Um homem, que não quis se identificar, relatou que familiares dele teriam sido supostamente coagidos nesse possível esquema de compra de voto: “Devido ao fato de a minha família apoiar um partido contra o atual prefeito, né, na atual administração. Isso aconteceu diretamente, por quê? Pelo fato de não trocarem – fazer as – trocar os cartazes, trocar as bandeiras. Então, diretamente, fui influenciado diretamente e foi cortado durante esse período político a Bolsa Família de um... de pessoa da família. Eles já chegam com ameaças né. Devido ao fato de saber que como é cidade pequena, já sabe quem vota em quem. Então, devido ao fato de saber em quem você vota, eles já chegam fazendo ameaça e... já falando diretamente: “se você não trocar as bandeiras ou colocar bandeira azul, nós vamos te... É... Cortar diretamente o Bolsa Família”. E foi exatamente o que aconteceu na minha família né. Aí acabou cortando o Bolsa Família de um parente. Isso aí não está nas mãos, não é direito de uma pessoa que trabalha na prefeitura, é... Fazer esse... Trabalhar dessa forma né. Pra poder influenciar e diretamente prejudicar uma família”.  Batista, presidente do PMDB, lamentou em relação ao possível esquema de compra de voto.
Denunciados
O Super Canal entrou em contato com a Prefeitura de Bom Jesus do Galho para comentar sobre o caso, mas a reportagem foi informada por telefone que o prefeito Jadir e o vice Eduardo estavam em viagem.


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O município de Bom Jesus do Galho se localiza a 304 km da capital, sua população segundo IBGE/2008 são 15.541 hab. A economia tem como base a pecuária de leite e a cafeicultura, mas em grande parte do município também se cultiva o eucalipto e outras culturas. A cidade recebe todos os anos milhares de fiéis no Jubileu do senhor Bom Jesus realizado no mês de Setembro.
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