segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO - Desvio de emendas completa aniversário provocando crise

Caso recente levou à queda do ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB)
FOTO: AGÊNCIA SENADO - 5.9.2011
Opinião. Pedro Taques não esconde sua preocupação com os desvios das emendas parlamentares
Galeria de fotos
No mês em que o primeiro grande escândalo diretamente relacionado às emendas parlamentares no Brasil completa 18 anos, governo federal e Congresso ainda se veem às voltas com diversas denúncias e crises causadas por recentes desdobramentos da má utilização do dispositivo. A falta de controle sobre o instrumento, na avaliação de alguns políticos e especialistas, é uma porta aberta à corrupção.
Desde o episódio que ficou conhecido como "Os anões do Orçamento", em outubro de 1993, a deturpação das emendas cresceu, ganhou corpo e praticamente se fundiu à maneira de se fazer política, não apenas em Brasília, mas também nos Estados.
A prática chega à maioridade, de forma irônica, simultaneamente ao surgimento de graves denúncias que envolvem inclusive membros do alto escalão de vários ministérios.
Entre os casos mais recentes está o desvio de até R$ 4 milhões destinados pelo Ministério do Turismo a uma entidade de capacitação profissional no Amapá. O escândalo resultou na queda do então ministro Pedro Novais (PMDB).
Poucos parlamentares falam abertamente sobre o problema. Um deles é o senador e ex-procurador da República Pedro Taques (PDT-MT), segundo o qual "as emendas são o pai e a mãe da corrupção".
Outro que critica o sistema é o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS). Ele classifica o mecanismo como "uma corrupção oficializada", mas transfere parte da culpa ao Executivo.
"Os governos têm feito o exercício do poder pelo pagamento. Todo parlamentar sabe que, se for contra o governo, coloca em risco a liberação de verbas para suas emendas", avalia.
Negociações. Enquanto ainda lida com os atritos gerados pela "faxina ministerial", a presidente Dilma Rousseff administra a pressão dos congressistas pela autorização de verbas para suas emendas. Após quase oito meses de resistência, ela começou a liberar, em agosto, os restos a pagar de 2010. Mas o ritmo ainda desagrada aos parlamentares.

A situação levou ao cancelamento, na última quarta-feira, da reunião da Comissão Mista de Orçamento, por falta de quórum - o PT foi o único partido a não participar da obstrução.
Além de cobrar as verbas, os parlamentares se movimentam nos bastidores por um novo aumento do valor em 2012. Alguns defendem que o limite - R$ 13 milhões - deve ser ampliado para até R$ 20 milhões.
Relator geral do orçamento, o deputado Arlindo Chinaglia já admitiu que os R$ 6 bilhões reservados na proposta do governo federal serão insuficientes para financiar as emendas.
Para tentar evitar uma crise, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, interveio. Ela prometeu que o governo acenará com uma maior liberação de emendas, desde que a cota não seja ampliada.
Emendas
O que são? Parcelas do orçamento destinadas ao uso dos parlamentares. Cabe ao Executivo autorizar ou não a liberação das verbas.

Quando são feitas?
As emendas são solicitadas pelos parlamentares entre o envio da proposta de lei orçamentária pelo governo (agosto) e sua aprovação no Legislativo (dezembro).

Como são aplicadas? 
Os parlamentares podem remanejar, cancelar e incluir gastos com obras, projetos sociais e eventos em suas bases eleitorais.

Quais os critérios?O parlamentar apresenta os motivos que, segundo ele, justificam o investimento, e o governo avalia os casos de acordo com a relevância e a necessidade do pedido.

Quanto cada um pode pedir?Cada parlamentar pode pedir até 25 emendas individuais que, juntas, não excedam R$ 13 milhões. As emendas não podem gerar aumento no orçamento, ou seja, é preciso indicar as verbas a serem realocadas. Há também as chamadas emendas de bancada, quando parlamentares do mesmo Estado apresentam pedidos em comum.

Evolução
Aumento. Nos últimos seis anos, os congressistas aumentaram a cota de emendas individuais em 371%. Atualmente, o limite é R$ 13 milhões. No mesmo período, a inflação acumulada foi de pouco mais de 34%.
ESTUDO
Corrupção é 25% maior onde há repasse de verba
Cidades que recebem recursos oriundos de emendas parlamentares apresentam, em média, uma incidência 25% maior de casos de corrupção, irregularidades e má gestão.
A conclusão é de uma pesquisa acadêmica produzida pela analista de finanças da Controladoria Geral da União (CGU) e doutoranda em Administração Pública pela Universidade de Brasília (UNB) Maria Fernanda Colaço Alves.
"Embora o estudo não estabeleça uma relação causal entre as emendas e a corrupção, os resultados apontam a urgente e necessária ampliação da transparência e do controle sobre a aprovação e a execução das emendas parlamentares", conclui Maria Fernanda.
Apesar da constatação acerca da maior incidência de irregularidades nos municípios contemplados pelas verbas, a pesquisadora avalia que o instrumento "faz parte do processo democrático". (CM)

Fonte: O Tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SÓ É DIGNO DA LIBERDADE, AQUELE QUE LUTA PARA CONQUISTÁ-LA, E SEM ELA NÃO HÁ CIDADANIA.

O município de Bom Jesus do Galho se localiza a 304 km da capital, sua população segundo IBGE/2008 são 15.541 hab. A economia tem como base a pecuária de leite e a cafeicultura, mas em grande parte do município também se cultiva o eucalipto e outras culturas. A cidade recebe todos os anos milhares de fiéis no Jubileu do senhor Bom Jesus realizado no mês de Setembro.
BLOG DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE DEFESA E PROMOÇÃO DA CIDADANIA E DIGNIDADE - ASSOCIAÇÃO CIDADANIA & DIGNIDADE

Termo de responsabilidade

O conteúdo das matérias e comentários originadas de outras fontes, são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus autores pela violação de qualquer direito do cidadão.

Reservamo-no o direito de garantir o direito de resposta, desde que haja manifestação do interessado, de acordo com disposição expressa na Constituição Federal.

Contador

SEJAM BEM VINDOS

Bom Jesus está sendo saqueada por vendilhões do templo. Acorda Cidadão Bomjesuense!