Mãe de jovem assassinada lança livro contando os momentos de angústia e sofrimento.
A Professora Maria José da Silveira transformou em livro todo o sofrimento provocado pela impunidade da justiça no caso de sua filha, Aline Silveira, 18 anos, barbaramente assassinada em 13 de outubro de 2001 na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Crime que até hoje está impune. Ao longo desses anos, a professora aposentada e mãe, desiludida com a justiça brasileira foi transcrevendo para o papel os momentos de saudade da filha e de total falta de sensibilidade da justiça, que deixou, segundo ela, provas cruciais sem serem investigadas. “Quando vi numa sala de júri, a maioria vibrando pela absolvição dos acusados percebi que era hora de parar, e perguntada por um repórter ali presente se iria apelar da decisão, eu disse, não. Foi o momento de grande alívio no meu peito, pois não estava suportando mais”. Disse a professora em entrevista concedida ao radialista Valdir Vieira da Rádio Manhumirim. Maria José disse que o livro surgiu da ideia de por pra fora um sentimento que não acabou, e acredita que não acabe. “A gente aprende a conviver com a dor”. Frisou, destacando Sócrates: “Justiça o que é isso? Como eu vou reaver o que perdi?” “Então já não faz mais falta isso pra mim. Só mesmo a falta de minha filha.” Destacou a professora de 61 anos.
Perguntada se ainda acredita em uma solução, com os culpados, ou culpado, pagando pelo crime, dona Maria José é direta, “não, não acredito”.
A ideia de contar em um livro um pouco do que aconteceu surgiu recentemente, segundo ela, passou para o livro Os lírios não nascem da lei, as anotações que tinha feito como desabafo. O lançamento está previsto para o dia 21 de outubro de 2011 na Casa da Cultura de Manhumirim. Quem quiser adquirir o livro ou se manifestar sobre o assunto, pode enviar e-mail para osliriosnaonascemdalei@gmail.com.
Valdir Vieira - Rádio Manhumirim
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