É claro que quando lançamos a enquete: "como você avalia a atual administração municipal de Bom Jesus do Galho," sabíamos de suas limitações como método cientificamente válido, exatamente por ser um instrumento que somente consegue atingir os usuários de internet, mas seus números podem servir de diagnóstico e reflexão sobre os rumos e ações políticas para se cumprir os compromissos assumidos com o cidadãos bomjesuenses que acreditaram e depositaram sua confiança nos atuais gestores municipais e vereadores, que tem como dever fiscalizar o poder público municipal.
O resumo dos números que foram alcançados pela enquete ficaram assim distribuídos, após 30 dias para votação.
88 participantes
07pessoas votaram que a administração está ÓTIMA, 7%
01 pessoa votou que a administração BOA, 1%
01 pessoa votou que a administração está REGULAR, 1%
"79 pessoas votaram RUIM, que correspondem a 89%"
Mais do que um processo vertical de obtenção de informação, a relação do sujeito-que-pesquisa com o sujeito-que-é-pesquisado se torna um ato educativo. Afirma Paulo Freire: Pela palavra e pelo trabalho de rememoração o depoente/informante/entrevistado/observado não apenas revela a sua opinião, mais do que isto, encontra a oportunidade de indagar-se sobre o que lhe é perguntado. As questões de pesquisa passam a ser perguntas para que o sujeito-que-é-pesquisado possa pensar; lembrar; relacionar fatos e conscientizar-se, mesmo que essa tomada de consciência seja algo provisório e a ser questionado no futuro.
Esse exemplo indica como a realização de uma entrevista é mais do que um momento de coleta de dados, é um momento de reflexão e como toda situação de reflexão é um contexto de construção da consciência política dos sujeitos envolvidos.
Notamos que essa qualidade de pergunta, contida na enquete, conduz à possibilidade de reflexão daquele que a responde; uma reflexão capaz de gerar a tomada de consciência, pois, ao responder sobre como avalia a atual administração municipal, é possível ao entrevistado rever-se na sua história de vida e avaliar se os compromissos assumidos estão sendo cumpridos, ou foi somente discurso eleitoral.
Concluímos que apesar da enquete, enquanto pesquisa ter sua validade científica sem rigor metológico, ainda sim temos um recorte da opinião dos cidadãos, mesmo que oriundo de uma amostra pequena de participantes, já que foi disponibilizada somente no blog. Com este instrumento, no entanto, podemos pensar e começar a escrever um novo projeto de história e de sociedade, em que os cidadãos e autoridades públicas se transformam de conservadores a progressistas porque convivem [com-vivem], isto é, ao estarem um-com-o-outro podem, juntos, indagar; problematizar; educar; pesquisar; conhecer; re-educar e transformar. A enquete se bem analisada, pode ser o indicativo de que a administração municipal, precisa melhorar, focar e priorizar seus compromissos de campanha, pois mesmo com todas as dúvidas que podemos levantar, não deixa de expressar a opinião, dos usuários de internet, que também são certamente formadores de opinião e cidadãos bomjesuenses que se interessam e preocupam com a administração de sua cidade. Afinal não se liberta as pessoas, com discurso e ações clientelistas ou assistencialistas, típicas de uma política que atende aos aliados e amigos, sem levar em consideração o interesse público e coletivo, mas com incentivo a participação, transparência, e sobretudo com liberdade, afinal este o slogan ostentado durante todo processo eleitoral em Bom Jesus do Galho.
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