Por Nélio Azevedo
Essa semana eu recebi um e-mail em que um tal mascarado “defensor da moral e dos bons costumes” ataca com uma verborragia e insensatez a distribuição de uma cartilha de orientação quanto aos crimes relacionados à homofobia; cartilha essa que seria distribuída nas salas de aula. Como se a cartilha tivesse o poder de tornar alguém gay.
Não sei quem elaborou essa tal cartilha, só conheço alguns tópicos frequentemente citados pelos tais defensores da moral, que têm como mentor intelectual (eu disse intelectual?) o truculento deputado Jair Bolsonaro, que não sabe o que significa promiscuidade nem homossexualismo nem outras coisas relacionadas ao comportamento humano. Ele só entende de porrada e machismo.
A Mídia sempre ávida por pontos no IBOP, levanta discussões infrutíferas em programas de baixo nível onde os convidados são pessoas que não têm muito a contribuir para elevar o nível do debate. Será que a sociedade tem que debater a opção sexual das pessoas?
Como fruto dessa exacerbação da moral, muitas vezes avalizada por religiosos de várias correntes, vejo uma incitação à violência que não poderia acabar de forma diferente do episódio que ocorreu no interior paulista durante a apresentação de uma dupla sertaneja quando pai e filho confundidos com um casal gay, já que o pai abraçou o filho que não via há muito tempo, foram espancados brutal e covardemente por sete desses defensores da moral, mesmo tendo se identificado como pai e filho; tendo sido um dos agressores preso e liberado pela polícia que considerou a agressão sem gravidade.
Quando você for manifestar seu afeto por um filho, cuidado. Você pode ser confundido e agredido; mas, se você quiser dar uma demonstração de violência, agredir seu filho ou outra pessoa qualquer, isso pode, desde que seja uma agressão leve, como arrancar com um chute, um pedaço da orelha dessa pessoa.
Esse não é o mundo que eu queria para mim nem para os meus filhos.
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