quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Palmadas nas Palmadas


Por Nélio Azevedo
palmadasEu jurei para mim mesmo que não escreveria mais nada sobre a aprovação da lei que torna a palmada um delito passível de punição, mas, diante de tantas opiniões absurdas sobre o tema, eu não “guentei” e, escrevi.
Sobre o que foi dito no texto da Márcia Regina ao os mesmos argumentos que eu tenho ouvido a cada vez que o assunto vem à baila.
Primeiramente, eu quero dizer que o assunto talvez, não tenha merecido uma discussão entre sociedade, famílias, entidades sociais e as igrejas. Não vi nenhum programa levar pessoas que pudessem acrescentar alguma coisa boa ao debate, mostrando que os programas de TV estavam mais interessados na audiência do que no conteúdo da discussão.
Segundamente, eu nunca apanhei do meu pai que me ensinou quase tudo que eu sei e foi a figura mais importante na formação do meu caráter e do conceito de humanidade que formam a minha personalidade. Meu pai me ensinou, principalmente, a ser uma pessoa serena, sensata e mansa.
Diante disso, eu considero que a pessoa que apanha para aprender alguma coisa, aprende a bater ou a apanhar.
Tive a oportunidade de assistir ao meu saudoso pai em ação diante de alguns episódios que envolveram atos de violência entre pais e filhos, (pessoas bem próximas) em que os pais demonstraram uma falta de respeito muito grande e o castigo imposto aos filhos foi humilhante, degradante e desproporcional. A reação do meu pai foi a de defender os filhos deles e impedir que a violência tomasse proporções absurdas.
Lembro-me dele questionando um compadre dele sobre a punição imposta ao filho, dizendo para o referido compadre:
- Como você poderá ensinar-lhe a ser um cidadão se você o agride?
É tão simples que dispensa qualquer explicação, se eu não posso agredir nenhuma outra pessoa, porque eu poderia agredir um filho?
Tenho ouvido que se não pudermos bater nos nossos filhos, que não são nossa propriedade, não poderemos educá-los; isso é uma balela, se o único meio de educar for uma palmada, quem tem que ser educados são os pais. Não é possível que não se tenha nenhum outro argumento que não seja a agressão.
Depois, tem outro problema, quem iria arbitrar junto aos envolvidos numa agressão? Quem iria dizer qual a quantidade de força justa para tornar o castigo proporcional ao delito cometido? Alguém já pensou em ouvir a opinião das crianças a esse respeito?
Essa mania que algumas pessoas têm de justificar a agressão diametralmente desproporcional de um adulto a uma criança é uma triste herança da escravidão, tempo em que os donos de escravos puniam de forma variada os seus escravos, principalmente os boçais e os fujões. Naquela época, os escravos eram meras propriedades; meras coisas sem alma e dessemelhantes dos que se consideravam seres humanos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SÓ É DIGNO DA LIBERDADE, AQUELE QUE LUTA PARA CONQUISTÁ-LA, E SEM ELA NÃO HÁ CIDADANIA.

O município de Bom Jesus do Galho se localiza a 304 km da capital, sua população segundo IBGE/2008 são 15.541 hab. A economia tem como base a pecuária de leite e a cafeicultura, mas em grande parte do município também se cultiva o eucalipto e outras culturas. A cidade recebe todos os anos milhares de fiéis no Jubileu do senhor Bom Jesus realizado no mês de Setembro.
BLOG DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE DEFESA E PROMOÇÃO DA CIDADANIA E DIGNIDADE - ASSOCIAÇÃO CIDADANIA & DIGNIDADE

Termo de responsabilidade

O conteúdo das matérias e comentários originadas de outras fontes, são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus autores pela violação de qualquer direito do cidadão.

Reservamo-no o direito de garantir o direito de resposta, desde que haja manifestação do interessado, de acordo com disposição expressa na Constituição Federal.

Contador

SEJAM BEM VINDOS

Bom Jesus está sendo saqueada por vendilhões do templo. Acorda Cidadão Bomjesuense!