A cachaça Guaraciaba, produzida na cidade de mesmo nome, participou, em novembro, da 15º edição da American Food & Beverages Show, em Miami, nos Estados Unidos. O produto foi o único da Zona da Mata que teve a oportunidade de se apresentar no evento, assim como outros 17 das demais regiões mineiras, que, por meio da Central Exportaminas, foram levados para a feira. A Central integra a estrutura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).
“Esta feira foi uma grande oportunidade tanto para o aprendizado da cultura exportadora, quanto para a apresentação dos produtos nos mercados norte-americano e caribenho. A participação em uma feira internacional pela primeira vez costuma ser um divisor de águas para os empresários que pretendem inserir sua empresa no comércio internacional”, destaca o diretor da Exportaminas, Ivan Barbosa Netto.
Carlos Bere, que participou da feira com a cachaça Guaraciaba, confirma a importância da visibilidade proporcionada pelo evento. “Foi altamente proveitoso, na medida em que nos proporcionou a verdadeira dimensão de saber onde estamos e quais os caminhos a trilhar. Foi realmente gratificante sentir a satisfação de vários clientes em potencial, saboreando nossa Guaraciaba (Guara Brazilian Rum); seja a ‘branca’, oferecida em caipirinhas, seja nosso produto mais diferenciado, a Premium, envelhecida seis anos em Umburana e oferecida em doses concisas”, destaca.
A Guaraciaba completou, em 2011, 50 anos de mercado, com uma produção anual de cerca de 600 mil litros. José Maria Santana Júnior, filho do produtor que criou a cachaça e proprietário, conta que, hoje, tem 62 funcionários fixos e cerca de 40 durante a safra (junho a outubro). Segundo ele, a clientela é, principalmente, da própria Zona da Mata e Belo Horizonte. “Mas temos clientes também no Rio de Janeiro e São Paulo”, acrescenta.
Além do tempo de mercado, a qualidade da Guaraciaba também é atestada pela certificação do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), que realiza uma auditoria para avaliar as condições de produção da cachaça. Júnior ressalta que, agregado a isso, a empresa tem investido em cursos e melhoria de estrutura produtiva. “Afim de produzir uma cachaça de qualidade gerando emprego e renda para a região, já que essas eram as metas de seu fundador”, revela.
Para ele, a participação na feira americana foi mais um canal para mostrar o produto. “E pode trazer um bom retorno, mas ainda vamos avaliar como colocar em prática e distribuir”, comenta. Carlos Bere reforça a opinião do proprietário. “Na medida em que as logísticas estão sendo trabalhadas, faz-se também necessário termos o produto disponível para entregas periódicas. Fomos apresentados a um público de mais de nove países e pudemos nos inteirar um pouco das suas atividades, para, em um segundo momento, abordá-los devidamente e, possivelmente, encaminhar negócios”, completa.
Americans Food & Beverages
A Americans Food & Beverages reuniu compradores, expositores, fabricantes e distribuidores de alimentos e bebidas de diversos países, que além de conhecer as novas propostas alimentícias e criar uma plataforma de debate e informação sobre o setor, tiveram a oportunidade de promover seus produtos e serviços para os maiores compradores das Américas. Do total de visitantes, 76% eram provenientes do próprio mercado americano.
Entre os temas apresentados em palestras, workshops e reuniões de negócios, se destacaram “Como vender para o mercado americano de food service”, “Apresentação da Rede AS Bryden” (tradicional rede de varejo da região do Caribe com 85 anos e distribuição de mais de 80 marcas globais), “Como vender para Trinidad Tobago e as oportunidades para as empresas brasileiras” e “Regulamento do mercado americano de alimentos e bebidas”.
Além da exposição de produtos, os participantes realizaram visitas técnicas para conhecer a realidade americana de preços, embalagens, gostos e preferências. Também conheceram o maior distribuidor da área de alimentos e bebidas dos Estados Unidos, a Sysco. Foi realizada, ainda, uma visita à Preferred Freezer Warehouse e à distribuidora AP Atlantic.
Exportaminas.NET
Há sete anos atuando como agência de inteligência e promoção comercial para o desenvolvimento das exportações do Estado, a Central Exportaminas tem por meta internacionalizar as empresas mineiras também por meio do mundo virtual. Promover comercialmente as empresas mineiras junto ao mercado internacional, para fomentar a geração de emprego e renda e impulsionar o desenvolvimento no Estado é um dos compromissos assumidos pelo governador Antonio Anastasia.
Durante o evento nos EUA, a Central Exportaminas fez o lançamento internacional do Exportaminas.NET. O portal, inédito no Brasil, é voltado para a promoção comercial das empresas mineiras, sobretudo as de pequeno e médio porte, no mercado internacional. O www.exportaminas.NET integra demandas de compra por parte de importadores internacionais e de venda por parte de exportadores mineiros. De acordo com a secretária de Estado Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, “o portal Exportaminas é um instrumento extremamente útil para as empresas que pretendem iniciar a exportação de produtos”.
Segundo estado exportador
Minas Gerais é, atualmente, o segundo maior estado exportador do País. No acumulado dos nove primeiros meses de 2011, as exportações mineiras atingiram US$ 30,26 bilhões, aumento de 39,1% em relação à igual período de 2010 e superaram a variação das exportações nacionais (+31,1%). A participação sobre o total brasileiro ficou em 15,9%. As importações entre janeiro e setembro de 2011 aumentaram 25,9% na comparação com mesmo período de 2010, totalizando US$ 9,29 bilhões. Enquanto isso, as importações nacionais cresceram 26,3%. As importações do Estado responderam por 5,6% do total brasileiro. O saldo comercial de Minas Gerais foi de U$ 20,97 bilhões no acumulado de janeiro a setembro/2011, enquanto o saldo nacional foi de US$ 23,03 bilhões. Em relação a 2010, registrou-se crescimento de 45,9%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário