domingo, 18 de março de 2012

Política: Arte de Servir ou Trapacear?


Por Francklin Sá
Aprende-se nos bancos escolares que política é a ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados, ou seja, Política seria a arte de governar os povos e que cabe ao homem, como animal político por natureza e ser pensante racional, fazer com que esta arte seja direcionada para os interesses da coletividade, visando alcançar seu principal objetivo que é criar uma relação de amizade, bem estar e de boa convivência entre os seus cidadãos.
Isto na teoria, por que na prática o que se assiste é a sucessão de uma infinidade de erros políticos, em sua grande maioria praticada de forma intencional que, uma vez cometidos, tornam-se princípios e a continuação do fazer política para alcançar outros meios e objetivos, que não àquele de servir a sociedade.

Nos dias atuais, temos observado ter se tornado um erro muito comum da maioria da população, acreditar que aqueles que mais fazem barulho ou a “lamentarem-se” em favor do público ou dos menos favorecidos, sejam os que mais estão preocupados com o seu bem-estar. Pelo contrário, muitos desses fazem do estardalhaço o meio encontrado para obter as benesses que só o executivo pode lhes conceder.

A forma atual como é praticada a arte política, observa-se claramente que esta abandonou a moral e a ética deixando de ser a arte do possível. O que mais se tem visto em nossos homens públicos é que deixaram de viver para a política, passando a viver da política, para isto, tem se utilizado da trapaça, má fé e duplicidade dos seus atos, procurando assim se dar bem, cuja prática, infelizmente, tem sido usual e tem sido este o caráter predominante da maioria daqueles que fazem política em nosso País.

Reconhecemos que errar é humano, mas os erros praticados pelos políticos não podem e não devem ser perdoados, porque a sua prática é planejada e realizada de forma consciente e deliberada, tramadas em luxuosos gabinetes - empresariais e ou ministeriais -, cercados de todas as garantias, sempre se servindo da máxima “que é dando que se recebe”.

Seria muito bom que os agentes políticos, em sua maioria, tivessem na sua formação o mínimo de caráter para que pudessem ser respeitados, permanecendo coerentes com o seu ideário político, sem nunca abandonar a orientação e as ideias partidárias. Diferente do que vemos nos dias atuais, onde mesmo antes de ter seu nome aprovado pela convenção partidária, já começam a fazer negociatas, tramando contra o próprio partido, onde na calada da noite e às escondidas apoia o candidato ao executivo adversário. E exemplos temos muito.

Infelizmente, o que se tem assistido é a predominância da má fé e da falta de respeito para com a sociedade por nossos homens públicos, onde a ética e a moral deixou de ser observada e a bússola na hora de fazer política.


Atualmente, a experiência tem comprovado através das ações diárias, que está ficando difícil encontrar um político que se utilize de métodos criteriosos e honestos no seu relacionamento com o público, a coisa chegou a tal ponto, que se assiste em algumas rodas, afirmativas que este tipo de homem é tão inconcebível no ambiente político quanto você encontrar um assaltante honesto.

Será que a nossa democracia está nos levando para esta encruzilhada?
Interessante observar, que apesar dos belos discursos durante as campanhas eleitorais, o objetivo traçado por aqueles que conquistam o Poder, não é a busca do bem - estar da população, principalmente das camadas mais pobres da sociedade e sim, gestar políticas e ações que tratem de limitar o ser humano, domesticando-o, de forma que o torne submisso, subjugando-o aos seus interesses. Por isso, a péssima educação pública oferecida aos nossos jovens pobres e da periferia.

E exemplos não nos tem faltado. Ontem foram os direitos trabalhistas e sindicais, criados como uma benesse daqueles que sempre dominaram o Poder, hoje são as ações e programas ditos sociais, todos utilizados com um único objetivo: manipular e subjugar a vontade da sociedade.

E há ainda aqueles que ousam se regozijar pelos Governos que tem ou soltam foguetes quando ocorrem mudanças, acreditando que serão olhados de forma diferente. Quanto engano, como diz o ditado popular, apenas trocamos as coleiras.

Na verdade não passam de tolos, pois não entendem ou não enxergam que nada muda, apenas os nomes ou a sigla partidária. Vejam a nível nacional se os nomes não são os mesmos que figuram em volta ou que permanecem no controle do Poder? O projeto é o mesmo. A manutenção e perpetuação do Poder pelo Poder, haja vista que todos atualmente que fazem política, não o fazem com a intenção de bem servir e sim, de se servirem, pois como homens públicos não passam de egoístas e insensíveis.

Já dizia Lao-Tsé: "A política dos governantes sábios consiste em esvaziar a mente dos homens e encher-lhes o estômago. Um povo que sabe demais é difícil de governar. Aqueles que julgam promover o bem-estar de uma nação, espalhando nela a instrução, enganam-se e arruínam a nação. Manter o povo na ignorância: eis o caminho da salvação."

Entendeu agora por que a educação em nosso País é tão “valorizada”?
E esta tem sido a máxima das nossas elites políticas e que tão bem as utilizam no seu dia a dia, ou seja, não querem ter pela frente um povo que possa enfrentá-lo no conhecimento ou em condições de exigir seus direitos e praticar a cidadania.

Quando se apercebem que alguém ousa ameaçar a sua posição, seja no conhecimento técnico-teórico, no prestígio, no dinheiro ou no poder, trata de os destruírem, porque se assim não agir, tem a certeza que será destruído.
Seria importante que a população tomasse consciência que, o ente Governo nada mais é que um monstro frio e insensível e que aqueles que dele se apoderam, são dirigentes que mentem friamente e cinicamente, sem o mínimo pudor e a menor sensibilidade, e esta mentira sai de sua boca de forma sarcástica, quando dizem que ali estão se sacrificando para representar o povo.

Quanta mentira. Lá estão sim, representando os interesses das elites, daqueles que os financiaram e aos seus próprios interesses.

A coisa está chegando a tal ponto, que está cada vez mais difícil diferenciar na política brasileira, aqueles homens considerados capazes, daqueles capazes de tudo e de qualquer coisa.

Há quem diga que fazer política é uma arte, onde o ator principal, o político, deve ter a capacidade suficiente para retirar dinheiro dos ricos e de arrancar votos dos pobres e depois de eleito, dá as costas para o último e esnobar o primeiro, sem ficar seus inimigos, já que encerrada as eleições ele já começa a pensar na próxima.

Esta forma de pensar é que faz a grande diferença entre o político e o estadista. Este, pensa nas próximas gerações, enquanto o político só pensa na próxima eleição. Este último é a espécie que predomina no nosso meio político. Me aponte um estadista entre eles se for capaz?

Está na hora de acabar com a máxima que “a política é a arte de governar com o máximo de promessas e o mínimo de realizações”. É preciso que aqueles que se propõem a fazer política entendam que esta é uma arte que deve ser exercida em todas as suas dimensões e essência, personificando as preocupações comuns e expressando as decisões de modo a atender as necessidades da maioria, visando aglutinar as vontades em prol dos mais necessitados, nem que para isto seja necessário sacrifícios.

Em um País bem governado, seus dirigentes teriam vergonha da pobreza e não sairia por aí se vangloriando de Programas Sociais que distribui migalhas. Já em um país mal governado, os agentes políticos se vangloriam da riqueza concentrada em uma minoria, sem que as benesses do seu desenvolvimento econômico, seja distribuída de forma igualitária.

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