quarta-feira, 14 de março de 2012

Governo garante que Mineirão não será ‘elefante branco’


Em reunião da Comissão de Esporte, Lazer e Juventude nesta terça-feira (13/3/12), o gerente do programa estruturador Copa do Mundo 2014, Éder Sá Alves Campos, disse que o “o Mineirão não será um ‘elefante branco’, como pode acontecer com estádios de outras capitais feitos para a Copa 2014”. Ele acrescentou que “o ‘gigante da Pampulha’ precisa pulsar de segunda a segunda”, referindo às possibilidades de eventos e de ganhos para o estádio após a reforma, em função do modelo de gestão adotado, em que iniciativa privada e governo compartilham riscos e oportunidades. Na audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o gestor falou desse modelo e de outro diferente, adotado pelo Independência para gerir o outro estádio da Capital mineira.
Éder Campos explicou que, no caso do Mineirão, foi feita uma Parceria Público Privada (PPP) com um contrato de 25 anos de operação e dois de obra, com a empresa Minas Arena. Segundo ele, trata-se de um modelo inovador, que busca garantir uma prestação de serviços de qualidade ao cidadão que frequenta o estádio. Outra preocupação foi a de garantir não só a reforma do complexo, mas também sua manutenção.
De acordo com Éder, toda a obra do Mineirão está orçada em R$ 697 milhões, sendo que R$ 400 milhões foram emprestados pelo BNDES ao parceiro privado, que bancou o restante com recursos próprios. O contrato feito com a Minas Arena prevê, segundo o executivo, o ressarcimento, no prazo de 10 anos, ao investidor de no máximo R$ 3,7 milhões ao mês, caso a Arena do Mineirão não consiga obter faturamento mensal suficiente para ir recuperando seu investimento. Por outro lado, afirmou Éder Campos, o estádio depois de pronto será fiscalizado pelo governo, o qual cobrará do empreendedor o atingimento de metas quanto à limpeza, manutenção, satisfação do cliente entre outros aspectos.
Independência - Sobre o Independência, Éder Campos fez questão de frisar que o estádio é um patrimônio do América. Por esse motivo, disse ele, “o contrato com o América, com duração de 10 anos, garante o direito à preferência no calendário de jogos, placas internas e outros aspectos que o clube julgou importantes”. Além disso, o contrato estabelece que terão que ser pagos ao clube R$ 2,4 milhões por ano, ou seja R$ 200 mil por mês, pela empresa BWA, que passará a gerir a Arena do Independência.
Mineirão será complexo multi uso, afirma consórcio
O diretor-presidente do Minas Arena, Ricardo Barra, acrescentou que o Mineirão se tornará “um complexo multi uso, para realização de jogos, principalmente, mas também de shows, congressos, feiras, inclusive de carros - "vamos voltar com ela”, afirmou. Para garantir o faturamento, Ricardo Barra declarou ue o Mineirão terá lojas e um restaurante (com vista para o gramado, oferecendo almoço e jantar), tudo isso funcionando todos os dias da semana. “Queremos transformar o Mineirão num local de visitação contínua”, concluiu, lembrando que a empresa estuda ainda a possibilidade de criar ali um Museu do Futebol.
Barra destacou também que trata-se de um modelo novo para o Brasil, mas já amplamente utilizado em outros países. Ele informou que a empresa firmou parceria com as operadoras de estádio Luso Arena (de Portugal, que administra estádios naquele país) e Globo Espectron (dos Estados Unidos, que opera 105 estádios no mundo).
O diretor da BWA Arenas, Ricardo Azevedo, destacou que a modelagem de gestão do Independência é mais simples que a do Mineirão. “No curto e no médio prazo, o estádio será dos clubes, do governo e da iniciativa privada. No longo prazo, é um projeto 100% do América”. A obra ficou em cerca de R$ 120 milhões, bancados pelo Governo do Estado.
Como a empresa terá que pagar ao América R$ 2,4 milhões por ano, ele disse que tem que negociar “ferozmente” com os clubes. “Do 1º ao 10º ano, teremos risco e por isso, precisamos contratar conteúdo para o estádio”, disse. Para ele, diferentemente do Mineirão, que adotou um modelo internacionalizado, o Independência optou por um modelo local. “Acreditamos na capacidade de conseguir um calendário satisfatório para o Independência, negociando com clubes, produtores culturais e comunidade”, avaliou.
Contrato com Galo - Sobre o contrato com o Clube Atlético Mineiro, ele afirmou que todos os clubes da Capital foram chamados a participar e o Atlético se interessou pelo acordo. Esse contrato garante ao Galo mineiro e à Arena Independência o direito sobre receitas e despesas obtidas em virtude da operação e manutenção da arena, com a comercialização de direitos de imagem e divulgação da arena, bares, restaurantes, locação, entre outros. Mas Ricardo Azevedo ressalvou que, se houver necessidade de ajustes no contrato, serão feitos.
Deputados temem preço alto de ingressos
Um dos autores do requerimento pela reunião, o deputado Rogério Correia (PT) mostrou-se preocupado com a possibilidade de elitização do futebol mineiro com os modelos adotados nos dois estádios. “O Estado Brasileiro gastou muito com estádios. Só em Minas Gerais, foram gastos cerca de R$ 1 bilhão. Para recuperar esse investimento, as receitas terão que vir dos torcedores”, questionou. Ele foi acompanhado pelo presidente da comissão, deputado Marques Abreu (PTB), que questionou se “com as arenas bonitas e modernas, ficaria mais caro para o torcedor”.
Também preocupado com o risco do torcedor pagar a conta da modernização dos estádios, o deputado André Quintão (PT) fez outro questionamento quanto ao acompanhamento da gestão dessas arenas. Ele lembrou que no caso da PPP para a concessão da MG-050, não foram ouvidos os principais atores envolvidos - os prefeitos das cidades por onde passa a rodovia. “Tem que haver um acompanhamento mais amplo para aumentar o controle social sobre esses investimentos”, defendeu.
Respondendo ao questionamento quanto ao preço dos ingressos, o deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) disse que “o torcedor tem que entender que o preço cobrado em MG é muito baixo”. Ele defendeu a criação de uma tarifa social para atender o torcedor carente. E disse ainda que são os clubes que vão determinar o valor dos ingressos nesses estádios.
Alencar da Silveira Jr., que também é um dos dirigentes do América Futebol Clube, frisou que o modelo adotado nos dois estádios é o mais moderno e que o anterior, em que a Ademg administrava esses espaços, caducou há muito tempo. “A Ademg adotava um modelo ultrapassado e engessado de administração pública”, constatou.
Ele reforçou ainda que, ao contrário do que afirmou o presidente do Atlético, Alexandre Kalil recentemente, “o Independência foi e vai continuar sendo do América”. Segundo ele, os direitos do clube estão preservados no contrato.
O vereador de Belo Horizonte e vice-presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, disse que “quem ganhará mais com os novos estádios é o torcedor". A diretora executiva do clube, Adriana Branco, acrescentou que, do ponto de vista de entretenimento, Belo Horizonte será inserida no mercado de shows e espetáculos culturais. “Sempre estivemos para trás nesse quesito e agora ficaremos bem servidos”, entusiasmou-se.
Viabilidade - Também autor do requerimento pela audiência, o deputado Gustavo Valadares (PSD) perguntou se há condição de Belo Horizonte manter as duas arenas funcionando ao mesmo tempo e com lucro.
O representante do governo, Éder Campos, respondeu que fez reunião com os gestores dos dois estádios, no sentido de que evitar a concorrência predatória entre eles. Ricardo Azevedo disse que não há fórmula pronta quanto a lucratividade dos dois estádios, mas que o entendimento é que Independência e Mineirão fazem parte de uma mesma cadeia de negócios. “Se ganharmos, todos vão ganhar: cervejarias, setor de transportes, público. Se os estádios perderem, todos perdem”, afirmou. Ricardo Barra acrescentou que é preciso “colocar BH na rota de grandes eventos do Brasil, o que não vinha acontecendo. “Acho que é um conjunto de coisas: hotéis novos atendendo bem, transportes, infraestrutura, toda uma nova realidade que vai se firmar após a Copa”, completou.

Fonte: Site ALMG

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